O quarto andar com elevador
Isto vai fechar, pois. O quarto andar não resiste à possibilidade de se montar um elevador – daqueles confortáveis, onde até há um espelho para uma pessoa poder verificar de manhã se tem espuma de barbear nas orelhas - neste prédio da Estefânia e por isso vai encerrar a sua actividade cronística.
Sempre achei que não há nada mais piroso do que os finais feitos de agradecimentos vários - normalmente com uma lágrima ao canto do olho. Daí que não tenha hesitado em fazer um final feito de agradecimentos vários. Com uma inundação no bairro por causa do descontrolado jorro lacrimal.
Agora que isto vai ser demolido, agradeço:
1) Ao meu amigo Luís Osório por ter desafiado este reaccionário de serviço (que em mim se aloja) para uma dose diária. E por ter sido a pessoa que mais me incentivou – juntamente com o meu amigo Luís Filipe Borges – a continuar a fazer a caminhada. (Ou seja: a descer e subir as escadas do meu prédio).
2) Ao Paulo Narigão Reis e à Fernanda Mira – a quem, durante meses, enviei estas prosas. (Só eles sabem do meu vício de corrigir vírgulas e termos secundários depois do artigo já ter seguido por email; desculpem-me a irritante obsessão). E também à Ana Kotowicz, por ter acolhido os documentos nestas conturbadas semanas. (A propósito: uma nota de solidariedade dirigida aos meus colegas da redacção – oxalá corra tudo pelo melhor; ou seja: o que quer que aconteça, não percam a pica de querer vingar nisto do jornalismo).
3) À comunidade política, jornalística e de comentadores que teima em funcionar por ódios - e que resume a análise política à avaliação do carácter alheio. Foram vocês que me ajudaram a explorar um generoso nicho de mercado. Se virmos bem, o mundo não se divide só em monstros e santidades.
4) Às generosas colunas de citações que me citaram (segundo a dona Idalina, só me faltou o Destak e a Spectator). Foi bom – sobretudo para a família. E às colunas de citações em que, pura e simplesmente, deixei de ser citado (sobretudo o DN, que repetiu três vezes as minhas palavrinhas na primeira semana de actividade e que me cortou, de um momento para o outro, da lista; devo ter sido inconveniente para a dona da casa ou coisa do género). A estas últimas, faço questão de notar: meus caros, eu não tenho importância suficiente para deixar de ser citado.
5) E, por fim, à minha vizinha de baixo. Obrigado por tudo. Pela sua paranóia constante. Pelo seu canídeo fedorento. Por não querer pagar as contas do condomínio. Por, apesar de tudo isso, exigir que nós a tratemos como uma vizinha de cima (tipo Daniela Cicarelli). Sem a sua colaboração, este pesadelo diário não teria sido possível.
Sempre achei que não há nada mais piroso do que os finais feitos de agradecimentos vários - normalmente com uma lágrima ao canto do olho. Daí que não tenha hesitado em fazer um final feito de agradecimentos vários. Com uma inundação no bairro por causa do descontrolado jorro lacrimal.
Agora que isto vai ser demolido, agradeço:
1) Ao meu amigo Luís Osório por ter desafiado este reaccionário de serviço (que em mim se aloja) para uma dose diária. E por ter sido a pessoa que mais me incentivou – juntamente com o meu amigo Luís Filipe Borges – a continuar a fazer a caminhada. (Ou seja: a descer e subir as escadas do meu prédio).
2) Ao Paulo Narigão Reis e à Fernanda Mira – a quem, durante meses, enviei estas prosas. (Só eles sabem do meu vício de corrigir vírgulas e termos secundários depois do artigo já ter seguido por email; desculpem-me a irritante obsessão). E também à Ana Kotowicz, por ter acolhido os documentos nestas conturbadas semanas. (A propósito: uma nota de solidariedade dirigida aos meus colegas da redacção – oxalá corra tudo pelo melhor; ou seja: o que quer que aconteça, não percam a pica de querer vingar nisto do jornalismo).
3) À comunidade política, jornalística e de comentadores que teima em funcionar por ódios - e que resume a análise política à avaliação do carácter alheio. Foram vocês que me ajudaram a explorar um generoso nicho de mercado. Se virmos bem, o mundo não se divide só em monstros e santidades.
4) Às generosas colunas de citações que me citaram (segundo a dona Idalina, só me faltou o Destak e a Spectator). Foi bom – sobretudo para a família. E às colunas de citações em que, pura e simplesmente, deixei de ser citado (sobretudo o DN, que repetiu três vezes as minhas palavrinhas na primeira semana de actividade e que me cortou, de um momento para o outro, da lista; devo ter sido inconveniente para a dona da casa ou coisa do género). A estas últimas, faço questão de notar: meus caros, eu não tenho importância suficiente para deixar de ser citado.
5) E, por fim, à minha vizinha de baixo. Obrigado por tudo. Pela sua paranóia constante. Pelo seu canídeo fedorento. Por não querer pagar as contas do condomínio. Por, apesar de tudo isso, exigir que nós a tratemos como uma vizinha de cima (tipo Daniela Cicarelli). Sem a sua colaboração, este pesadelo diário não teria sido possível.